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A crise e a Liderança

Há pouco tempo escrevi que a liderança em tempos de normalidade é importante, mas em época de crise é essencial.

Estou cada vez mais convencido disso. A perda de credibilidade de políticos, de capitães de indústria, de autoridades governamentais, faz com que as potenciais lideranças não se revelem. Não há possibilidade de se exercer legitimamente uma liderança positiva sem credibilidade.

Isso vale para o país, mas vale também para os ambientes que exigem um líder capaz de influenciar positivamente pessoas para alcançarem resultados superiores. Vale para empresas, para organizações não governamentais, hospitais, serviço público, vale para a família.

E como se obtém credibilidade?

Ela somente pode ser reconhecida, se o líder apresentar e sustentar comportamentos confiáveis, baseados em valores éticos, convicção e consistência de ação.

A principal característica de um líder positivo (a quem chamo de essencial) é a de dar o exemplo aos liderados. Um líder essencial é flexível em sua ação, mas rígido nos princípios que a norteiam. Liderados observam mais o comportamento do que o discurso e são capazes de seguir sua liderança se ela se mantém fiel aos princípios apregoados.

Isso é notório em organizações de sucesso.

A segunda característica de um líder essencial é a da escuta ativa. Ela se caracteriza pela atenção absoluta ao que os liderados falam e fazem. O líder deve ter presença plena. Escutar vai além de ouvir. Requer entender o que se diz e interpretar corretamente o significado do que se ouve. Um líder que não dá atenção plena aos liderados será incapaz de motivá-los a crescerem, desenvolverem-se e buscarem desafios enriquecedores.

A terceira exigência para a liderança essencial é o equilíbrio. Inteligência emocional é um fator diferencial de pessoas que interagem positivamente com os outros. Mas equilíbrio também deve estar presente nas decisões tomadas: um líder deve ser compassivo e justo. Não há equilíbrio quanto apenas praticamos a justiça e tampouco quando apenas somos apenas tolerantes. Há que se encontrar o termo de ajuste entre um e outro. Um líder apenas severo difunde medo e ocultação de erros e, com isso, coloca a organização em risco. Um líder excessivamente benevolente leva ao conformismo, à leniência e ao desastre.

Exemplo, escuta ativa e equilíbrio são fatores de sucesso do líder essencial, de seus liderados e das organizações.